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  • José Leonídio

O PORQUÊ DOS PORQUÊS


A evolução do homo sapiens nunca foi ao acaso, pois ele é a menor fração em todo o processo do nosso conhecimento. Quando aprendemos a falar, ainda criança, temos a fase do por que. Tudo para nós é novo e desejamos mergulhar no fundamento que originou o motivo da nossa interrogação.


Muitas vezes por nossos pais ou a quem perguntamos não saberem a resposta, por sermos inconveniente naquele momento, ou por não terem tempo para respondê-las, carregamos dúvidas não respondidas por toda a vida. É fato que elas vão se avolumando.


Quando as deslindamos ficamos frustrados porque o esclarecimento daquele POR QUE, cuja solução era tão simples transformou-se numa bola de neve, que vai arrastando consigo outros porquês. E não sabemos por onde nos levarão.


A ciência vive de PORQUÊS; os pesquisadores chamam-nos de hipóteses. Um fenômeno investigado até a exaustão, baseado numa pergunta como aquelas de quando éramos crianças. A única diferença é que existe uma resposta, que pode ser positiva, ou seja, ir ao encontro da hipótese que estabeleceram ao começar a pesquisa ou, pelo contrário, ser negativa, indo ao encontro do que imaginavam.


Muitos se frustram quando o resultado não é o que foi por ele proposto e, em nome de sua soberba, não mostram os resultados verdadeiros, afinal seu ego está acima de tudo.


Neste momento, todos que estão ao seu redor entram na sua teia e um dia, quando outro pesquisador repetir a pergunta, encontrará o verdadeiro resultado. Assim é a vida, vivemos a questionar o PORQUÊ DOS PORQUÊS.


Quantas vezes, na atualidade, as respostas chegam até nós por escrito em colunas de jornais ou revistas ou por uma onda sonora, porém, na maioria das vezes por um facho de luz que não é o que vem do astro rei, o Sol, e, sim, construída em laboratórios. Lá as verdades são elaboradas de acordo com a conveniência de quem as responde.


As mensagens chegam ao nosso cérebro como sendo a verdade absoluta do dia, porém, em um momento posterior, num outro facho de luz, aquela verdade pode deixar de existir e ser substituída por outra, totalmente na contramão da primeira.


Não importa a ambiguidade, seus objetivos já foram alcançados. Quando nos permitimos mergulhar a procura de uma resposta, estamos alimentando nossa biblioteca pessoal, nossa memória, com informações que, em princípio, podem nos parecer não serem de valia alguma, porém em algum momento de nossa vida a utilizaremos consciente ou inconscientemente.

Tudo o que fazemos ou pensamos tem por trás de si uma pergunta e uma resposta. Quando investigamos um fato e descobrimos a resposta, imediatamente, um novo surgirá.


Somos um motor contínuo de questionamentos, que nos alimentam dia a dia, nas ações e reações que iremos ter.


Assim somos nós, fruto dos nossos PORQUÊS. E se assim não fosse, nossas vidas seriam monótonas. Tudo que precisássemos saber estaria armazenado nas nuvens cibernéticas. Por mais que tentem esvaziar nossa capacidade de questionamento com respostas preestabelecidas, estas são individuais, personalizadas, baseadas nas experiências vividas, no PORQUÊ DOS PORQUÊS.


Uma medicação prescrita a um paciente pode salvá-lo, em outro pode não surtir nenhuma ação, e ser fatal para um terceiro. Assim somos nós e os nossos PORQUÊS.


Pegando carona na máxima chinesa dos três lados da verdade, poderíamos dizer que o PORQUÊ também tem três lados, o meu, o seu e o verdadeiro. Depende de que ângulo da vida estamos e qual o tipo de espelho em que estamos contemplando nossa imagem.


Aprendemos sempre com o PORQUÊ DOS PORQUÊS, afinal nossos atos de amanhã poderão depender das respostas que tenhamos hoje. Somos e seremos sempre

assim, as respostas do ontem movem o hoje e alimentarão o amanhã.

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