Quando se conquista uma formação numa determinada profissão, seja da área da saúde (biológica), tecnológica ou humanas, você adquire o direito e exercê-la plenamente, dentro dos limites impostos pela ética para exercer tal atividade. Assim o é, e assim o será, per secula saeculorum.
Esta capacitação não é somente teórica, porque, do contrário, ao lermos meia dúzia de compêndios correspondente ao que desejamos desempenhar, estaríamos capacitados, ao término da leitura, a exercê-la plenamente. Mesmo com o advento da tecnologia, com o Ensino a Distância (EAD), não somos capazes, porque se faz necessário aliar a teoria, à prática.
Na nossa formação em qualquer profissão que escolhermos, terá sempre ao seu lado a figura do professor. Aquele que aliará a teoria à prática, que te mostrará que no papel ou na tela do celular ou laptop, cabe tudo. No exercício da profissão, contudo, existem situações que não estão previstas em compêndio algum, em nenhum manual. Neste momento entra a figura do mestre, do tutor.
Porque o chamamos de tutores?
Porque assim como nos vegetais desprovidos de caule resistente, estes para se desenvolverem precisam de um suporte que também é denominado tutor, conduzindo ao destino final onde frutificarão. O professor é um tutor que conduz seus alunos em direção aos objetivos, à formação plena.
O professor é um acumulador de conhecimentos, de experiências. Quanto mais ele professa, quanto mais gerações recebem suas orientações, seu conhecimento seja na teoria ou na prática, ou mesmo quando percebem que determinado aluno necessita mais do que aulas, precisa de um amigo que o aconselhe para a vida, ele estará presente.
Um professor não é frio, não é a voz metálica saída de dentro de uma máquina, ele traz junto de si a energia de troca acumulada, entre ele e seus alunos. São horas e horas, dias e dias, seja nas salas de aula, nos laboratórios, nos campos de estágios.
Quantas vezes, um aluno formado faz algum tempo surpreende seus professores se comunicando para pedir orientação numa situação que não consegue resolver, se o seu procedimento está correto, se é ético? O que o professor, no lugar desse ex-aluno faria...
Não existe professor velho porque este não envelhece, acumula conhecimentos e repassa-os, seja profissional ou de como lidar consigo mesmo. Parafraseando o malinês Amadou Hampâté Bâ:
“Um professor quando morre é uma biblioteca, um laboratório que se queima.”
Ninguém é o que alcançou se não fosse quem lhe ensinou as primeiras letras, a fazer contas: é a partir daí que os antolhos da ignorância são retirados um a um. Em todas estas etapas esteve a seu lado um tutor, um professor; sua função não foi só a de lhe preparar para a profissão escolhida, mas também para a vida e os tropeços que chegam junto à profissão.
Muito aprendemos quando professamos, porque os nossos alunos nos questionam. E, para obtermos as respostas, crescemos. Lucano, o médico dos médicos, em Lucas 6:40 nos ensina:
“O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como seu mestre.”
Onde está a perfeição, nos atos, no cumprimento da função a que se designou, sem amarras de qualquer natureza. Existe uma diferença entre as lições no dia a dia das relações familiares e com a sociedade que se solidifica em casa. Nossos tutores são nossos pais e o aprendizado para sermos seres sociais, exercitarmos nossas profissões com dignidade, no respeito aos ditames da convivência e do respeito ético à carreira que escolhemos.
Por tudo isso, tenho ORGULHO DE DIZER SOU UM PROFESSOR, formei e formo gerações, às quais ensinei e ensino o que melhor aprendi com meus professores em todos estes anos, ÉTICA E RESPEITO AO SEMELHANTE E DIGNIDADE.
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