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  • José Leonídio

NASCEMOS A CADA SEGUNDO



Um facho de luz que atravessa os céus, foi assim que LUCANO, São Lucas, que sempre foi médico e nunca foi Apóstolo, o viu, e percorreu seu rastro até descobrir que aquele Cometa, aquela Cadente, anunciava o nascimento do Salvador, e foi atrás de sua esteira até encontrar Maria. Algumas correntes defendem que Maria tenha sua origem no sânscrito Maryáh, que quer dizer literalmente “a pureza", "a virtude", "a virgindade”. Maria àquela que deu à luz ao Salvador sem o pecado de origem. Lucano descreveu suas caminhadas ao encontro da LUZ e seus relatos nos dias de hoje correspondem ao Evangelho segundo Lucas. Porque recorro a Lucano e a luz de um cometa, uma cadente ou um asteroide: Na verdade é a luz do nascimento, ou do renascimento, a luz da vida. Nascemos a cada abrir e fechar das pálpebras. Quando fechamos nossas cortinas à luz, e a abrimos em seguida são pequenos nascimentos, novos ângulos, novas energias, o segundo que passou é o segundo que passou. No nascer de um novo ser, estes são ungidos pelas forças vitais da natureza que entram dentro de si dando-lhes o aval da vida fora do seu manto formador/protetor (útero materno) e são eles, o prāna, que em sânscrito, प्राण, significa o “sopro de vida”, o ar que respiramos, e a luz. Os dois entram em nós e nos permitem a partir daquele momento sermos seres animados, seres com alma, com movimentos, seres alimentados para a vida por ar e luz. Os gregos chamam de maieutas, dentro da filosofia de Socrates, àquele que dá à luz a espíritos. A maiêutica socrática, a arte de nascer a cada minuto vivido. A luz cortando os céus que encantou Lucano, nada mais era do que a energia do nascimento. Esta energia nos à produzimos quando nascemos e a reproduzimos quando fazemos nascer de dentro de nós novas vidas, renovamos a luz com nossos valores, revigoramos o prana com nossa energia. Assim somos nós, renascemos a cada segundo, a cada fechar e abrir de pálpebra, a cada respiração. Quando tudo está turvo, quando não sabemos que caminho seguir, fechamos os olhos, respiramos fundo, contamos até dez, e abrimos os olhos: neste momento renascemos, usamos as energias vitais que foi o nosso maior presente quando do nosso nascimento, e que nos seguirá até que elas se separem de nós. Alguns dirão, e os que não enxergam como renascem a cada minuto? Estes privados da luz visível fazem de suas luzes invisíveis (tato, audição, paladar e olfato) um facho de luz talvez muito maior do que o que nos foi concedido. Neste dia que tem como marca a luz que cortou os céus e anunciou o nascimento de mais um filho de Deus (todos somos) e o prana que lhe deu a energia da vida, é o dia em que nós remetemos a nós mesmos, voltamos a ser o filho que nasce de nossas Marias, porque para nós elas sempre serão, a pura, a virtuosa. Tenham um feliz renascimento.




Crédito da fotografia:

"Mãe Circense Amamentando Gêmeos"

Foto: William Santos Prêmio Salão FINEP (Ministério da Ciência e Tecnologia) de Fotografia - Rio de Janeiro/1999.

Foto da exposição itinerante "AmaMentAção" (entre 2005 até o momento).

Rio de Janeiro/RJ

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