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  • José Leonídio

Escolhas

Escolhas nem sempre são fáceis. Quantas vezes nos vemos frente às encruzilhadas que a vida nos submete, e naquele momento não sabemos para qual o lado a seguir, o da razão ou o da emoção? Muitos dizem para seguirmos o que nosso coração sinaliza, ou seja, o caminho da impulsividade, do primeiro olhar, da escolha ungida pelo imediatismo.


Os mais céticos dirão que é hora de retornar, estes não acreditam que se possa conseguir êxito prosseguindo na jornada. De que adianta ir atrás de algo que não sabemos qual benefício trará? Andar no escuro, de acordo com seus pensamentos, não nos levará a lugar algum, pelo contrário, pode nos colocar em situações perigosas das quais podemos não conseguir sair.


Os racionais nos mandarão respirar fundo, contar até dez, respirar de novo, retornar a contagem, porque neste intervalo de tempo encontramos as respostas que procuramos e poderemos fazer nossas escolhas com base em experiências vividas ou que nos foram transmitidas, diminuindo as chances de alguma coisa dar errado, se não conseguirmos alcançar nossos objetivos.


Que decisão tomar, não podemos adiar, estamos frente a uma situação que depende de uma resolução. Seremos racionais, emocionais ou abandonamos tudo e escolhemos um novo caminho? Cada momento é um momento, cada obstáculo que se coloca à nossa frente tem que ser removido, porque a estrada da vida continua.


Tem horas que a decisão não nos permite ter o tempo exigido pela racionalidade, aí o coração fala mais alto e agimos na impulsividade, o que, na realidade, corresponde a uma resposta rápida do cérebro a uma situação de emergência. Quase sempre são situações onde existe a possibilidade de colocarmos em risco a nossa integridade física. Nesse caso, nossa memória age com rapidez, aceleramos nossos batimentos cardíacos, somos adrenalina pura.


Em outros momentos somos levados a adiar decisões, porque estas precisam ser avaliadas, ver os prós e os contras. Aqui o risco não coloca em perigo nossa existência, são definições que darão um rumo aos nossos propósitos, que alicerçarão os objetivos a serem conquistados. Não são atitudes de ação imediata e, sim, de médio e longo prazo. Por este motivo necessitam que tenhamos a certeza de qual caminho seguir.


As escolhas então têm sempre o emocional e o racional nas suas respostas. Por mais que sejamos emoção num determinado momento, haverá, junto dela, sempre um lado racional tentando nos mostrar o melhor caminho a seguir. No entanto, neste momento, o coração pode falar mais alto e passamos por cima da racionalidade, e, não raro, nos arrependemos tempos depois, é o SE.


Também quando nossas atitudes se baseiam no racional, quase sempre nos deixamos conduzir por uma centelha da impulsividade, escolhemos o melhor, mas também o que nos traz a certeza da recompensa, de associarmos o que é o mais acertado a se fazer com um pouco da adrenalina, que é o tempero da decisão tomada.


As encruzilhadas a que nos expomos não são motivo de abandonarmos nossa caminhada, pelo contrário: são ensinamentos que vamos acumulando sempre com a finalidade de errar cada vez menos, não o nós pensante, e sim a memória que tudo registra, afinal nosso cérebro ao nascermos, tem somente os registros de dentro do útero, ou seja, relacionados ao olfato, paladar, tato e audição.


Quando nascemos acrescentamos a visão, e este conjunto é que nos faz sermos diferentes um dos outros, únicos em nossas escolhas e experimentos. Na medida em que acontecem, vão enriquecendo nosso arquivo. São estas memórias que enriquecem e embasam nossas ESCOLHAS.



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