Quantas vezes na vida caminhamos por linhas retas e quando nos damos conta chegamos ao mesmo ponto como se estivéssemos andando em curvas, formando um círculo? Na nossa trajetória saímos de um ponto e quando damos conta parece que não deixamos o mesmo lugar. É como se estivéssemos marchando, marcando passo e ao final nosso esforço não nos levou ao destino que tínhamos traçado.
Aprendemos em geometria, baseado em analises da matemática moderna, que duas retas paralelas podem se encontrar no infinito, porém este é muito distante para o pouco tempo que temos para tomar uma decisão. Mas também nos ensinaram que a menor distância entre dois pontos é uma reta, porém os pontos numa visão tridimensional nem sempre te oferecem a menor distância.
Se no seu trajeto você tem uma elevação, esse conceito não se aplica porque ou você sobe e desce o mesmo, ou o contorna. Chegamos então à conclusão de que nesses casos, a curva será sua melhor opção para alcançar seu objetivo. Entre retas e curvas construímos o nosso dia a dia, nossas projeções de futuro.
Se voltarmos no tempo e tomarmos como exemplo as situações que passamos, nas quais a reta era o caminho escolhido e por uma razão ou outra, tivemos que usar as curvas da vida para contorná-la, veremos que nos conceitos da geometria da vida oscilamos entre as duas opções que nos são oferecidas, as retas e as curvas do nosso destino.
Aguardar que as retas que traçamos no nosso caminhar se encontrem no infinito é um tempo muito longo para a realização das necessidades prementes que temos. Pensar que a menor distância entre dois pontos é uma reta e que nem sempre se encaixa nos nossos objetivos ou não se coadunam com o momento em que estamos.
Nem sempre agrupar pontos para chegar a um determinado fim é a garantia de que o faremos. Muitas conquistas são devidas não ao acúmulo de condições para tal. Podemos ter todos os pré-requisitos, porém um pequeno detalhe pode ser o que faltava para sua determinação. De que adianta nossa força individual ou coletiva para remover um obstáculo, simplesmente não conseguimos, mas se utilizamos uma alavanca no seu ponto central, sua remoção independerá da força.
Na medida em que vamos subindo uma montanha, percebemos que nossa capacidade respiratória diminui, nosso cansaço aumenta, não porque nossas condições físicas não o permitem, mas pelo simples fato do ar se tornar mais rarefeito, ter menos oxigênio. Aqueles que moram nas alturas se adaptam, aumentando o número de glóbulos vermelhos, permitindo captar e fixar mais oxigênio.
O que isto tem a ver com as retas e as curvas? Acredito que tudo: ao não conseguir ultrapassar seus limites o organismo encontrou um atalho, uma curva que lhe dá condições de uma vida normal nas alturas. As trajetórias retas nas montanhas são quase impossíveis, por isso vamos contornado até que chegamos o seu ponto mais alto.
Se tentarmos alcançar o cume numa linha reta traçada desde sua base, não conseguiremos porque, antes que cheguemos à metade da subida, nos faltará fôlego. Este é o ensinamento da vida, nem sempre o caminho mais curto é o que nos levará às nossas conquistas. Dizem que o sempre é uma distância muito curta que não nos permite avaliar o que vem adiante, e que o nunca e muito distante que foge ao limite do nosso olhar.
Vivemos entre curvas e retas, não estamos num gráfico onde abaixo está o eixo do X, a na lateral o do Y. Nosso horizonte tem uma amplitude de trezentos e sessenta graus, podemos olhar que está à nossa frente, da mesma forma o que se coloca dos lados, e principalmente o que ficou para trás. Quem faz os ângulos que a vida toma somos nós, construímos nossas retas, curvas, nossos ângulos, eles são os elementos fundamentais que permitem construir a estrada de cada um. No entanto, cabe a nós darmos a sua localização no nosso destino.
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