Amar, amor são palavras fortes, que saem de dentro de nós com uma direção, um sentido. Ainda tenho lembranças de quando, nos primeiros anos do ensino primário, a pequena professora Dona Yara chamava atenção sobre os verbos começarem a ser conjugados pelo pronome pessoal EU. O maior exemplo que sempre dava: quem pela primeira vez estabelece a conjugação do verbo tem um objetivo, o EU sempre à frente dos outros pronomes.
Ainda guardo na memória quando chamava nossa atenção conjugando o verbo amar e o primeiro amor declarado era a si mesmo, EU ME AMO. Depois é que vinham o tu e o ele. Trazendo para os dias de hoje, temos novos pronomes - o VOCÊ, originário de Vossa Mercê, e o A GENTE. O primeiro é um substitutivo de TU e o segundo de, VOCÊ e NÓS. Mas nada no passar do tempo substitui o EU. Os ensinamentos de Dona Yara continuam atuais. A primeira pessoa a quem devemos dedicar nosso amor é a nós mesmos.
Neste momento em que vivemos sob o tacão da Covid-19, é tempo de voltarmos a conjugar o verbo amar, principalmente na sua primeira pessoa, EU ME AMO, porque somente desta forma chegaremos ao VOCÊ e ao A GENTE. Quando aprendemos a nos respeitar, a enxergar os nossos limites, é que poderemos amar a outrem. Nosso direito acaba quando começa o dos outros, é uma expressão popular que acostumei a ouvir desde criança.
O respeito ao direito de viver bem é mútuo, e é cimentado dentro de nós na vivência do dia a dia, na grande escola da vida que é a família. Valores éticos, morais e de senso comum, bem como os dos direitos e deveres inerentes à cidadania, não é matéria que se aprenda em colégios, não existe prova que as avalia. A grande apreciação será feita nas suas atitudes no dia a dia.
Vivemos hoje num momento em que todos estes valores são expostos publicamente. Quando O EU ME AMO é conjugado no respeito ao seu direito e ao de outrem, não hesitamos em adotar todas as medidas necessárias para nos preservarmos, e assim também o fazer com o VOCÊ e ao A GENTE. Quando assim não procedemos colocamos em risco todos que nos envolvem.
O maior exemplo de não conjugar o O VERBO AMAR na primeira pessoa é quando desprezamos todas as medidas de preservação da integridade dos que estão à nossa volta e dos que convivem na intimidade do nosso núcleo familiar. Se for assim, todos os valores do EU ME AMO deixam de existir.
É o que estamos vendo em épocas de pandemia pela Covid-19, estão deixando de conjugar o verbo na primeira pessoa, desprezam o EU ME AMO e, por conseguinte, desrespeitam também o direito à saúde e à vida de todos que os cercam.
É tempo de volta a SE AMAR, para que possamos respeitar o VOCÊ e o A GENTE.
Os brasileiros de bem agradecem.
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