http://entretenimento.uol.com.br/colunas/pagina-cinco/2020/08/11/menos-livros-e-mais-armas-a-moda-e-ser-brucutu-no-pais-do-e-dai.htm
A despeito desta notícia publicada hoje pelo Uol, no Blog Página Cinco, de Rodrigo Casarin, a arma mais letal que existe chama-se conhecimento.
Permito-me dizer que conhecemos o ideário político de um governo através da importância que da às escolhas de seus ministros.
Quando os ministros da área social são fortes a educação e a saúde são prioridades, porque a verdadeira democracia começa dentro do útero materno.
A proteção ao bom desenvolvimento do (a) novo (a) “brasileirinho (a) é a garantia de uma área cognitiva (da inteligência) com plena capacidade para o aprendizado e seu desenvolvimento como cidadão inserido no contexto da sociedade.
Quando o ministro todo poderoso é o da Economia, o importante é a manutenção do status quo, ou seja, o domínio do poder se faz pelo capital e o saber é moeda de ganho, bem como a saúde.
Os mais poderosos fazem o capital ser fermentado pelo suor do trabalhador. Os filhos terão aceso ao que existe de melhor na educação porque compram, a peso de ouro, o ensinamento que lhes levarão a perpetuidade do domínio de um município, de um estado ou de uma nação.
Um dos maiores exemplos de purificação de idéias, queimando todo pensamento contrário que leva ao debate, ao crescimento de uma nação foi feita por Hitler, no que ficou conhecido como Bücherverbrennung, ou a queima de livros, melhor falando a queima de ideias e ideais.
No Brasil do século XXI vemos uma situação muito parecida a que aconteceu na Alemanha em 1933. Só que não com uma fogueira em Praça Pública, mas sim com todo o poder que lhe concede o presidente da Res Pública o ministro da Economia, Paulo Guedes, incendeia nossos valores culturais, nosso conhecimento, nossas memórias e a formação da intelligentsia nativa quando propõe a criação de uma alíquota de 12% no que denomina Contribuição Social sobre operações com Bens e Serviços.
Na verdade, o que se vê é o desmonte de todo mercado editorial brasileiro, que hoje cresce principalmente com a presença dos autores independentes. Uma taxação de 12% vai além dos 10% de direito de capa por direitos autorais. Guedes acena para o mercado editorial com gasolina e fósforo, inviabilizando a sobrevida das grandes, pequenas e médias editoras, em qualquer seguimento.
Um pensamento antigo chama nossa atenção quando afirma que:
“Quando uma nação tem somente 5% do seu povo inserido no conhecimento, na educação em todos os níveis, resta aos 95% esperar que o milagre venha do céu através de um messias. Quando, ao contrário, 95% saem da escuridão e adquirem através do conhecimento, sendo a educação a prioridade da nação, por seren nossos filhos, também desta, somente 5% acreditarão no messias. Os milagres terão uma explicação lógica."
Estamos em tempo de queima de conhecimento. A internet que democratizaria as informações tornou-se um balcão de ódio e desinformações. Somente com a união de todos em prol da conservação de nossos valores e da igualdade de condições entre pobres e ricos é que conseguiremos uma nação forte.
Senhor Paulo Guedes, lembre-se que está a serviço de mais de 200 milhões de brasileiros e não de meia dúzia de apaniguados. Pense nisso.
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