Estamos às vésperas do Carnaval. O Rei Momo comandará a folia. Máscaras e fantasias dominarão a antiga festa da Saturnália em homenagem a Saturno. A fusão máscara e carnaval vem de muitos séculos atrás. Máscara vem do vocábulo árabe " máshara", personagem ridícula, bufão.
Símbolo do carnaval de Veneza, seus habitantes usavam-nas para participar das festas proibidas, sendo as máscaras seus disfarces. Nestas celebrações somente uma classe era discriminada, as cortesãs, as prostitutas que estavam proibidas de cobrir seus rostos com as mesmas.
Temos, então, no carnaval, a fusão de três culturas distintas: as máscaras de origem árabe; a Saturnália, de origem romana que era comemorada de 17 a 25 de dezembro, no calendário Juliano, e Momo, o filho da Deusa grega Nix, a divindade do sono. Momo simbolizava o sarcasmo, reclamação, delírio. Era o patrono dos poetas e escritores.
Somente uma máscara não estava ligada às festas ditas profanas, as utilizadas pelo “Medico della peste”, “o médico da peste”. Estes usavam uma máscara com um nariz comprido, repleto de especiarias para evitar contrair a doença. Com o passar dos anos, mesmo esta se transformou numa máscara de Carnaval.
O carnaval representa a fantasia não realizada, os sonhos e desejos que não conseguimos alcançar ou mesmo por inibição. Nestes dias somos tudo: de plebeu a rei ou rainha, de fadas a bruxas , de magos a feiticeiros, de pobres a ricos. É dia de botarmos nossas concepções políticas, sociais, culturais e étnicas, nossa visão da diversidade para fora, sem que sejam reprimidas.
A única coisa que não podemos é continuar a nos escondermos atrás das máscaras, sermos os eternos bufões e pensar que a vida é um eterno carnaval. Deixemos nossas máscaras, nosso sarcasmo para o próximo carnaval e voltemos a viver dentro da nossa simplicidade, sermos o que somos.
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