Numa reunião, numa cidade agrícola interiorana, o orador diz para um grupo de lavradores humildes que era necessário o empowerment, para que todos crescessem, porque só desta maneira teriam liberdade para assimilar novas ideias, técnicas tão importantes para melhoria de todos.
Ao final da oratória do mestre com suas teorias, um lavrador pediu a palavra e, no seu jeito simples, falou:
- Dotô, nós aqui já tem empodimento.
- Senhor, falando num inglês harvardiano, é empowerment e não empodimento, perdoe-me pela correção.
O agricultor, na sua paciência de quem lida com a terra, contrapôs:
Dotô é empodimento mesmo, porque nós faz o que nós pode. O que não dá nos não faz. Nós tem dois braços, dois olho e cinco dedos em cada mão. Nós só pode fazer o que nós vemos, que nossos braços e mão alcançam. Num dá par alcançar o que nos não pode pegar.
O orador cheio de teorias não sabia o que responder sobre a sabedoria humilde daquele campesino.
Relembrei esta história ouvida há tempos, para mostrar que nem sempre os modismos, os anglicismos, que soam como verdades absolutas, o são. O conteúdo na pequena frase interiorana "Se nós pode nós faz" no seu linguajar, sem rodeios, "empodimento" soa muito mais real, mais verdadeiro. Se está a nosso alcance, se nos dispusermos a fazer, fazemos, se não, NÃO.
Simples assim, palavras e teorias não construídas com nossos valores, nem sempre são as mais adequadas para nós. Pensem nisso.
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