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José Leonídio

Pílulas Literárias #206 - Teias

Quando ouvimos a palavra teia, nos remete, de imediato, às aranhas que despertam pavor na grande maioria. Ver suas teias, para alguns, é sinal de mau agouro. Os filmes de suspense e de terror usam-nas, habitualmente, como componente do cenário, o que estressa o espectador e, não raro, as teias e aranhas surgem em seus sonhos, amedrontando-os.


Essas são as teias que nos deixam tensos, delas nos afastamos porque assim nos acostumamos a vê-las desde a infância. Existem, porém, teias que não são visíveis, mas são tão aderentes quanto as dos aracnídeos. Elas não são tecidas com fios, formando desenhos atraentes, não! São construídas com palavras, olhares, pequenas ações e são muito mais perigosas do que a dos animais das quais tanto temos medo.


Estas teias aparentemente não têm veneno, mas são mais venenosas do que se tivessem. Elas possuem uma peçonha que nos é inoculada pelas falsas boas ações. E, quando vemos, estamos inertes, presos a uma rede de palavras e gestos, que nos gruda de tal forma que não conseguimos mais nos separar.


Ao ouvirmos promessas saídas de palavras que soam melodiosamente, e que são o que gostaríamos de ouvir, lembre-mo-nos que aqueles sons, aquelas palavras perfumadas, podem conter as teias invisíveis que nos encarcerarão para sempre.


Antes do SIM imediato, peça um tempo, analise o quanto for possível, e aí dê sua resposta, sem o arrependimento do imediatismo.


Tenham um final de semana de reflexões em suas redes.

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