Desenvolver temas de enredo para Escolas de Samba e blocos do Rio de Janeiro sempre foi para mim um desafio. Numa determinada ocasião, foi-me sugerido que escrevesse sobre a sabedoria popular que atravessa o tempo e chega aos dias de hoje.
A proposta era desafiadora, porém várias escolas apresentaram evoluções semelhantes na Avenida.
Algum tempo depois aceitei, levando uma nova visão: o ontem, hoje e o futuro.
Por que recorro a esta lembrança de tempos idos? A tradição popular não se perde com o passar dos anos, ao contrário, é a base para as que criaremos no aqui e agora, e não ficarão esquecidas: elas se perpetuarão para todo e sempre.
Na medida em que as gerações se sucedem, novos olhares as interpretarão, com cores e atores dispares, porém alicerçadas em experiências com o mesmo viés.
Assim somos nós, aproveitamos o ontem para viver o hoje e nos projetarmos para o amanhã, que só a ele pertence.
A tradição é uma escultura, que entalhamos no dia a dia.
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