Somos atávicos, como disse dias atrás, e o mesmo calor das fogueiras que nos aquece, há séculos, também ilumina nossos caminhos e prepara os alimentos tão tradicionais nas festas Brasil afora.
Hoje, comemora-se o apóstolo São Pedro, o guardião da porta do céu, responsável pelas chuvas, principalmente na crença dos que moram no semiárido nordestino.
Desde a pré-história que o fogo nos acompanha, nos atrai e, quanto mais altas forem as fogueiras, dizem os antigos, mais rápido nossas preces e pedidos chegarão ao céu.
Algumas tradições marcam a influência religiosa desta data, como a origem dos troncos que são usados nas fogueiras, onde não se utiliza o cedro pela sua ligação com o lenho da Cruz de Cristo, assim como dos ramos da videira, porque de seus frutos é feito o vinho, que nas missas se transmutam no sangue de Cristo; pelo mesmo motivo a umbaúba, árvore que foi refúgio de Maria quando de sua evasão para o Egito.
Este é o dia do martírio de Simão Petrus, o pescador.
Na realidade, dois apóstolos foram martirizados 29 de junho: São Pedro e São Paulo e em muitos lugares se faz a reverência aos dois nesta data.
Seria também o dia do milagre dos peixes, quando Jesus orientou Simão (Petrus depois o apóstolo Petrus) a pescar em águas profundas, depois que lhe emprestou uma de suas embarcações para que pudesse pregar.
Naquele dia as redes dos pescadores voltaram vazias, e ao aceitar a indicação de Jesus Cristo, a quantidade de peixes nas redes foi tão grande que precisaram de outras barcos para transportá-los.
Hoje estamos vivendo em águas rasas, em tempos difíceis, porém, assim como as fogueiras lançam suas fagulhas ao céu levando nossos pedidos e nossas preces, nossos pensamentos positivos e a fé que todos temos dentro de nós serão as fogueiras mais altas que levarão nossos pedidos, e a confiança de que voltaremos a pescar em águas profundas.
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