Existem momentos em que nos sentimos como se tivéssemos no fim de um caminho sem volta e somos tomados por desespero tal que deixamos de raciocinar; nossos pensamentos são apagados pelas lágrimas que vertemos, a insegurança nos domina, e nossa única reação é chorar.
Não conseguimos encontrar saídas ou soluções. Nossa visão interior está embaçada e nos deixamos ser dominados pelo sentimento da perda, da má escolha, do abandono, acreditando que o fim daquela estrada é também o dos nossos sonhos e objetivos.
São de Chico Xavier o ensinamento de que “ lágrimas não substituem o suor. ”
O único objetivo não realizável é aquele que não concretizamos quando vamos para nossa última morada. Todos os outros são possíveis. Quando substituímos as lágrimas pelo suor da luta, com a finalidade de encontrar saídas para nossas aspirações, estamos crescendo. As lágrimas são o nosso sentimento de desistência, é o nosso por fora, a demonstração de nossa fraqueza frente aos obstáculos.
O suor evidencia um sentimento contrário, é o nosso por dentro, o da vontade de lutar, da persistência, do querer fazer, porque temos a certeza absoluta de que ultrapassaremos todos os obstáculos e alcançaremos o que tanto desejamos. Não existe vitória sem luta, sem suor, sem que coloquemos toda nossa energia, tanto física como mental, como armas para conquistá-la.
Paulo Coelho, em “Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei” nos mostra que quando nos unimos por um desejo comum, temos a capacidade de torná-lo realidade. Assim é a vida, isolados muitas vezes nos perdemos nas lágrimas que nos angustiam. Quando nos associamos a quem nos impulsiona alimentamos nossas aspirações, trocamos as lágrimas pelo suor e conseguimos enxergar que o horizonte não é tão distante assim.
Não existe estrada ou caminho que não tenha alternativas de continuar ou mesmo de contornar seus obstáculos. Em determinadas ocasiões, por múltiplas razões, somos obrigados a engavetar uma meta em face de múltiplas situações ou mesmo porque não estamos encontrando a solução certa naquele momento.
Algum tempo depois, ao reabrirmos a gaveta onde está hibernando nosso objetivo, conseguimos encontrar soluções para conclusões que acabaram por nos enriquecer porque o DOUTOR TEMPO nos deu as ferramentas para isso.
As vitórias sem suor são esquecidas rapidamente, vão para as prateleiras das causas fáceis. Quando temos que lutar, nos arranhar nos espinhos da vida, dar dois passos atrás, retroceder um para dar mais dois à frente e chegar ao triunfo, o suor se misturará às lagrimas porque neste momento elas representam nosso esforço por dentro, seja individual ou coletivo.
Alguns me questionarão de que nem todas as lágrimas estão associadas aos sentimentos negativos, ao contrário, podemos vertê-las na alegria, na emoção, nos sentimentos positivos. Sim, estas são lágrimas diferentes, da emoção de que somos tomados e nos remetem a boas lembranças ou ao belo em todas as suas faces.
Estamos vivendo momentos em que as lágrimas superam o suor, porém, cabe a todos nós lutarmos para que este suor se una ao de todos, transformando-se num rio. Que nosso suor na desembocadura junto ao mar se junte às nossas lágrimas pela realização dos objetivos coletivos que traçamos.
Que nosso suor seja o do guerreiro, da guerreira, que não desistem da luta, que choram na perda do companheiro(a), mas não desistem o suor se misturará às lágrimas de júbilo na vitória final.
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