A língua Tupi era a língua falada, de Norte ao Sul, de Leste a Oeste, pelos habitantes de Pindorama. Várias civilizações passaram por aqui antes da chegada das naus portuguesas.
A relação entre os franceses e os tupinambás levou a uma interação onde a comunicação oral se fazia presente e atravessou o oceano quando montaram uma aldeia nas margens do Rio Sena, em Rouen, em 1550, mostrando os costumes, a língua falada, a cultura. Podemos dizer que foi a primeira exposição cultural e comercial de Pindorama em terras d’além mar.
Com a chegada dos jesuítas, uma das formas de se converter os nativos aos dogmas do Catolicismo era dominar a comunicação oral. O padre José de Anchieta interagiu a gramática da língua oficial de Portugal, o português, a falada pelos tupinambás. Desta forma, teriam condições de, além de comunicação oral, da comunicação escrita, um avanço no processo de cristianização e de domínio da colônia recém-descoberta.
Porém, nem tudo se encaixava, dentre elas, a ausência dos fonemas “fê”, “lê”, e “erre”, o que os levava a afirmar que não tinham “fé”, não tinham “leis”, nem “rei”.
A imposição de uma gramática exótica à língua nativa permitiu que fossem transcritas para o tupi todos os elementos necessários para a catequização dos habitantes do novo Éden. Misturou-se água e óleo: o português de Portugal falado dentro de casa ao tupi aportuguesado pelos jesuítas.
A chegada dos africanos escravizados ainda no fim do século XVI introduziu novas formas de comunicação oral, oriundas de dialetos das diversas áreas africanas, dentre elas, as mais importantes, o Iorubá e o Kimbundu. No Nordeste, a influência holandesa predominava sobre a língua portuguesa.
à medida que milhares de africanos escravizados chegavam a colônia, estes dialetos iam se espraiando por todos os cantos e se misturando ao tupi nativo, e também, porém em menor escala, ao gitanês dos ciganos, e a influência judaica e moura . Surge uma nova linguagem oral, a chamada língua geral, na qual as diversas formas de comunicação se interfaciavam.
O Brasil se distanciava com sua língua geral da oficial de Portugal, o português. Por iniciativa da política de línguas de Portugal, objetivando tornar a língua portuguesa a que mais se usasse na comunicações escritas e orais nas colônias, por influência do Marques de Pombal, o rei Dom José I constituiu o Diretório dos Índios em 1757, tornando oficial a língua portuguesa na comunicação na colônia.
Nesta segunda metade do século XVIII, tínhamos cerca de um milhão e trezentos africanos escravizados falando seus diversos dialetos, misturados aos vestígios do Tupi, em toda a colônia, associado a um português por decreto.
A relação com a França é uma outra influência na comunicação do dia a dia. Com a vinda de Dom João VI, cerca de quinze mil portugueses das mais diferentes regiões de Portugal aportaram na colônia, sem que houvesse uma uniformidade no seu linguajar, chegaram se comunicando nos dialetos falados em cada região.
Com eles, vieram também milhares de ingleses com seu purismo anglo-saxônico no linguajar, que nada tinha a ver com as línguas de raiz latinas.
Foi oficializado então não por decreto, mas por necessidade de comunicação, uma nova língua, um novo dialeto, a LÍNGUA BRASILEIRA, que tem a gramática com fundamentos enraizados em Portugal. Com ela foram anexados ao vernáculo original milhares de verbetes, tupis, guaranis, iorubás, kimbundus, gitanês, francês, inglês, mouros e judeus.
A língua portuguesa continua oficial por decreto de Dom José I, porém estamos a milhares de milhas daquela que seria a língua oficial, somos um dialeto à moda brasileira, a enriquecemos e lhe demos beleza e charme. Hoje a LÍNGUA BRASILEIRA se expandiu com a influência das diversas ondas de imigrantes, principalmente para o sul e o sudeste, temos diversos dialetos, o que faz que tenhamos uma diversidade na oralização, nos tornando únicos.
Nossa língua é portuguesa, nossa raiz, latina, mas na essência dela conseguimos fazer um arranjo onde a comunicação entre as diversas etnias se fez democrática. Talvez seja o grande motivo de sermos um país continental, porém unido pelo seu dialeto, a LÍNGUA BRASILEIRA.
*Nesse período, ainda há dois fatos de extrema importância. O primeiro deles é a ação direta do império português que age para impedir o uso da língua geral nas escolas. Esta ação é uma atitude direta de política de línguas de Portugal para tornar o português a língua mais falada do Brasil. Uma dessas ações mais conhecidas é o estabelecimento do Diretório dos Índios (1757), por iniciativa do Marquês de Pombal, ministro de Dom José I, que proibia o uso da língua geral na colônia. Assim, os índios não poderiam mais usar nenhuma outra língua que não a portuguesa.
O Brasil foi "descoberto" por Portugal no ano de 1500, e desde então, com a grande presença dos portugueses nos territórios brasileiros, a língua portuguesa foi se enraizando, enquanto as línguas indígenas foram aos poucos desaparecendo. Uma delas, talvez a que mais influenciou o atual português falado no Brasil, era o Tupinambá ou Tupi-guarani, falado pelos índios que habitavam o litoral. Esta língua foi a primeira utilizada como língua geral na colônia, ao lado do português, pois os padres jesuítas que vieram para catequizar os índios, estudaram e acabaram difundindo a língua.
A antiga pindorama era um mosaico de línguas,
No ano de 1757 uma Provisão Real proibiu a utilização do Tupi, época esta, em que o Português já suplantava esta língua, o Português com o título de idioma oficial. Em 1759 os jesuítas foram expulsos e a partir de então a língua portuguesa se tornou definitivamente a língua oficial do Brasil.
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